Infiltrações: O que fazer?
Acredito que você já deva ter ouvido falar ou até mesmo já tenha presenciado algum dano causado por problemas com infiltrações nos imóveis, ou seja, problemas provocados pela ação dos líquidos no interior das estruturas e acabamentos. Vazamentos, goteiras e toda a sorte de incômodos que se possa imaginar, acabam colocando a paciência de todos à prova. Esses problemas acabam gerando grandes transtornos, pois muitas vezes geram mofos, degradam tetos em gesso, descascam paredes, estouram revestimentos, agridem esquadrias externas, além de comprometerem as estruturas da edificação, atacando as armaduras das lajes, vigas e pilares de concreto.
Basicamente existem dois tipos de infiltração: as ocasionadas internamente e as ocasionadas externamente. O primeiro caso são aqueles gerados por problemas no próprio imóvel ou no imóvel vizinho, como tubulações e canos danificados, revestimentos cerâmicos inadequados para áreas molhadas (cerâmicas cruas que absorvem água), falhas no rejuntamento, impermeabilizações mal executadas ou até mesmo inexistente.
Normalmente, essas infiltrações ocorrem nas áreas “frias” do imóvel, como cozinha, banheiro, área de serviço, sacada e varanda, por se tratarem de ambientes mais suscetíveis ao contato com a água e solventes químicos, que agridem as proteções contra essas infiltrações. Quando essas agressões ocorrem, a ponto das proteções sofrerem algum tipo de dano, e consequentemente perderem sua eficiência, o líquido então escoa para outro local que não está preparado para receber essa umidade, como por exemplo, o teto de gesso do apartamento de baixo, ocasionando danos gerados pelas infiltrações.
Já as causas externas são aquelas geradas pelas ações da chuva e da umidade do solo.
Normalmente, essas infiltrações ocorrem através das estruturas e dos materiais com processos de impermeabilização e vedação executados inadequadamente ou até inexistentes, permitindo com que a água percole dos locais e ambientes hostis que estejam em contato com a umidade e intempéries, para outros que não estejam preparados para receber essa umidade, como por exemplo, muros de arrimo ou paredes de divisa sem proteção impermeabilizante e em contato com o solo, fundações superficiais (tipo viga baldrame, sapata corrida ou radier) impermeabilizadas inadequadamente, esquadrias externas mal fabricadas ou instaladas incorretamente, telhados danificados, rufos e calhas mal instaladas e/ou vedadas, ausência de proteção impermeabilizante em estruturas e alvenarias externas no 1º pavimento, além das impermeabilizações com danos nas áreas externas, entre outros.
Os principais vilões dessas infiltrações são os vícios construtivos, ou seja, defeitos originados no próprio processo construtivo (erro de projeto ou de execução) ou adquiridos ao longo do tempo (desgastes naturais, utilização, manutenção ineficiente, agressões).
Evidentemente que podemos prevenir esses problemas, ou seja, os que seriam gerados pelas infiltrações, no momento da construção ou da reforma do imóvel. Atualmente existem diversos produtos capazes de prevenir e evitar as infiltrações, com proteções químicas e físicas, conduzindo a água para locais adequados e seguros, evitando com que ela se infiltre no local que não deveria. Para isso, é preciso saber identificar o momento certo de aplicar o produto adequado, como por exemplo, utilizar o silicone nas extremidades de uma janela externa, ou um produto impermeabilizante nas fundações ou alvenaria de embasamento.
Antes de comprarmos um imóvel, lembre-se de verificar alguns pontos já mencionados acima, onde costumam ocorrer infiltrações e ocasionar estragos, como muros de arrimo e paredes de divisa em contato com o solo, se existem telhas danificadas, vedação dos rufos e calhas em perfeito estado, vedação nas esquadrias externas, pingadeiras e soleiras com caimento para fora paredes externas pintadas com tintas hidrorrepelentes, os rejuntes do piso das áreas molhadas estão íntegros, umidades nas paredes internas e teto, e alguma outra infiltração aparente na casa.
Fonte: Doutor Faz Tudo